Sinfonia Minas Gerais: A Vida e a Literatura de João Guimarães Rosa

Em 2014, pela primeira vez, a justiça brasileira permitiu o lançamento de uma biografia não autorizada pelos herdeiros do biografado. O livro Sinfonia Minas Gerais: A vida e a literatura de João Guimarães Rosa, criou um dos fatos que desencadeou na luta pela liberdade de expressão que culminou com a liberação definitiva de novas biografias não autorizadas, libertando assim o país de uma tutela errônea que privava a nossa história do conhecimento de seus ilustres. Lançado em 2007, o livro Sinfonia Minas Gerais: a vida e a literatura de João Guimarães Rosa foi retirado das livrarias, a pedido de Vilma Guimarães Rosa, filha do escritor, que alegou plágio. O autor da biografia, Alaor Barbosa, conquistou o direito de publicar a obra ao vencer na justiça, o processo que moveu contra a LGE Editora a herdeira e filha do grande autor, Vilma Guimarães.

Agora o livro é relançado no mercado, através da Libri Editorial, detentora dos direitos de uso do selo da extinta LGE Editora.

O interesse do biógrafo pelo autor e sua obra vem de longa data. O primeiro artigo escrito por Barbosa sobre Rosa, “A roupa do sertão ou do ‘Grande Sertão: Veredas’”, foi publicado em 28 de agosto de 1959, no Jornal do Brasil. À época, Alaor tinha 19 anos de idade e já colaborava com o suplemento literário do periódico.  Foi naquele ano que o jornalista teve o primeiro contato com Guimarães Rosa, que era também diplomata, em visita ao gabinete de trabalho dele no Itamaraty, no Rio de Janeiro.

Deste momento até 1962, quando Alaor voltou a Morrinhos (GO), sua cidade natal, mantiveram longas conversas.  O jornalista, ao tomar contato com a obra de Rosa, identificou no estilo do autor mineiro uma linguagem próxima daquela ouvida na sua infância. A identificação fez com que saísse em defesa dessa linguagem única em nossa literatura ao escrever a biografia.