Identidades, Memórias e Histórias em Terras Africanas

R$ 30,00

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Este volume foi resultado das apresentações feitas  no VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro em Ciências Sociais, em Coimbra, 2004. A coletânea tem a participação de quatro brasileiros, quatro portugueses e um holandês. São três especialistas da área de literatura, uma antropóloga e cinco historiadores. Por conseguinte, os nove capítulos apresentam várias perspectivas das questões identitárias e da memória nos processos de construções históricas. Esses temas são abordados quer nas discussões das partilhas entre sexos ou nas pertenças as crenças. As regiões africanas de destaque neste recorte foram as de língua portuguesa. A maioria dos autores estuda a África Central Ocidental, vista aqui no sentido transnacional, a partir das transposições das fronteiras dos temas locais para as demais regiões do continente. Embora, no título, se fale de “terras africanas”, essas terras ganham caráter específico ao longo do livro, como nome, cor e configuração alimentando a reflexão desses nove capítulos.

Soares, da Universidade de Évora, abre a coletânea, tocando no tema das identidades com indagações sobre quem somos, ensaiando respostas nos exemplos da poética angolana; Oliveira vai buscar a marca identitária na memorística dos provérbios angolanos direcionando sua busca na idéia de morte dentre algumas comunidades estudadas; Macêdo empenha-se na leitura das múltiplas e contraditórias faces urbanas da cidade de Luanda, ponto de convergência do “desejo nacional” angolano.

A segunda parte do livro, examina a questão de gênero e da religião centradas nas identidades, em diferentes lugares, como Guiné e Angola. Havik trata das assimetrias das agências femininas, com as ñaras  e as big women na costa da Guiné, enquanto Pantoja analisa as relações de parentesco das famílias  luandenses, do século XVIII,  no limiar dos universos luso-Africanos. Na abordagem dos primeiros contatos entre congoleses e portugueses, Manso examina as devidas “apropriações” resultantes dessas relações, ou num termo mais polêmico, o processo de “crioulização”.

Por último, a coletânea apresenta uma terceira parte, com três capítulos, percorrendo as tensões e as representações das identidades. Pereira, a partir de um ritual de óbito, analisa a situação de integração e conflito, numa comunidade bakongo em Luanda, exemplificada pelas igrejas e as cosmologias tradicionais; de um escopo mais abrangente Oliva faz a análise das representações dos africanos nos manuais de história em língua portuguesa; finalmente, Pimenta procura conhecer o comportamento político dos brancos em Angola no contexto histórico colonial.

Reunir esses estudiosos numa única mesa (e agora em um livro) foi experiência gratificante academicamente, resultando em muitos debates com divergências e convergências sobre os temas aqui tratados. A convivência foi antes de tudo divertida, tivemos de sobeja um ambiente bem humorado ao longo dos trabalhos. Lamentamos, contudo, a ausência dos textos dos colegas angolanos que participaram da mesa com suas comunicações e nos debates, mas não foi possível ter os respectivos trabalhos a tempo para integrar a nossa coletânea.

Peso 0,271 kg

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